"Recria tua vida sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça." Cora Coralina




sexta-feira, 11 de maio de 2012

Feliz dia das mães!


Não gosto de falar de mim, mas com a proximidade do dia das mães senti vontade de falar um pouco de mim e das mães da minha vida.
Sempre tive muito medo de gravidez e ter filho então era algo fora da minha vida por um sofrimento que presenciei e confesso que não aceitei.
 Quando pequena perdi uma tia com meningite, ela era muito nova e estava no oitavo mês de gestação. Os médicos não conseguiram salvá-la e nem o bebe. Foi a primeira vez que perdi uma pessoa querida e todo aquele sofrimento era muito injusto principalmente para meus avôs e meu tio que perdeu de repente tudo que amava. Confesso que alguma coisa ficou mal resolvida e na minha cabeça - gravidez não era bom. Por não trabalhar bem com o assunto não era muito ligada em crianças.
O tempo passou, esse assunto era evitado e acabou sendo arquivado no meu pensamento. Muito tempo passou e me vejo casada há 10 anos, e de repente GRÁVIDA (contrariando inclusive um diagnóstico médico) e apavorada. Estava com 39 anos, não tinha meningite, mas uma neura de que poderia acontecer qualquer outra coisa e quem ficaria com eu bebe? Quem falaria de mim pra ele?
Apavorada e feliz ao mesmo tempo, não conseguia assimilar os sentimentos e os medos... aí eu tive a brilhante idéia de escrever, pelo menos eu deixaria alguma coisa registrada para a posteridade.
Comecei a escrever um diário onde falava dos meus sentimentos em relação à gravidez, os sintomas, os receios e tudo que gostaria que meu bebe soubesse. O mais engraçado era que eu escrevia tendo certeza de que seria uma menina. Era um papo de mulher pra mulher. Foi aí que o scrapbooking entrou na minha vida. Tudo era registrado e guardado porque eu tinha que contar as coisas do meu jeito.
Tudo correu bem na gravidez e no parto. Criei fantasmas mais feios do que eram, sofri muito tempo sem razão e como podem ver estou aqui “vivinha da silva”. A Alícia nasceu perfeita, linda e muito esperada. Com a maternidade pude ver que não sou tão frágil como pensava e que por minha filha mudo o mundo.
Hoje a Alícia tem 8 anos e ainda continuo a escrever, não mais com a freqüência do início, mas registrando tudo de novo que acontece com ela. Hoje eu escrevo a “história da sua vida” e tenho guardado todos os desenhos, bilhetes, atividades manuais (ela adora fazer) as cartinhas que escreve para o papai Noel e escrevo também coisas que gostaria de dizer, mas que ela só vai entender quando for mais velha.
Só quando fui mãe que passei a entender as mães, a valorizar os conselhos, a presença, o cuidado, a doação, o amor incondicional, as noites em claro, a preocupação em dar o exemplo.
Sou uma pessoa abençoada porque tenho muitas mães que amo:
minha “mãe” Neusa que é um exemplo de mulher e que me ensinou que toda mulher tem que saber fazer um pouco de cada coisa, tem que ser forte sem perder a sensibilidade, tem que comandar sem estar em evidência, tem que ter alegria na vida usando os recursos que se tem. Um amor incondicional.
minha “mãe avó” Iraci, mulher guerreira, alguém muito especial cuja força, exemplo e dedicação marcaram minha vida.
minha “mãe tia” Neide sempre presente nos bons e maus momentos, sempre dedicada, sempre “menina” inventando coisa. Sempre se doando por inteiro.
minha “mãe sogra” Terezinha, mulher batalhadora, forte que faz por mim tudo que faz por seus filhos, um exemplo de mulher.
minha “mãe irmã” Cristina, que de todas minhas irmãs é a mais maezona. Está por perto sempre que precisamos.
minhas “mães anônimas” como a Carol Varella (www.vidanormal.blogspot.com) que com sua historia de vida me mostrou o quão forte pode ser uma mãe de verdade. Sua história me fez rir, vibrar, chorar, repensar valores.
Minhas mães me ensinaram a ser a pessoa que sou, carrego um pouco de cada uma delas na minha alma. Tento ser para Alícia a somatória de todas essas mães e passar para ela todas as coisas boas que elas me passam e sabe que estou conseguindo porque ouço diariamente a frase: “mãe, você é a melhor mãe do mundo”.

Feliz dia das mães!