Não gosto de falar de mim, mas
com a proximidade do dia das mães senti vontade de falar um pouco de mim e das
mães da minha vida.
Sempre tive muito medo de
gravidez e ter filho então era algo fora da minha vida por um sofrimento que
presenciei e confesso que não aceitei.
Quando pequena perdi uma tia com meningite,
ela era muito nova e estava no oitavo mês de gestação. Os médicos não
conseguiram salvá-la e nem o bebe. Foi a primeira vez que perdi uma pessoa
querida e todo aquele sofrimento era muito injusto principalmente para meus
avôs e meu tio que perdeu de repente tudo que amava. Confesso que alguma coisa
ficou mal resolvida e na minha cabeça - gravidez não era bom. Por não trabalhar
bem com o assunto não era muito ligada em crianças.
O tempo passou, esse assunto era
evitado e acabou sendo arquivado no meu pensamento. Muito tempo passou e me
vejo casada há 10 anos, e de repente GRÁVIDA (contrariando inclusive um diagnóstico
médico) e apavorada. Estava com 39 anos, não tinha meningite, mas uma neura de que
poderia acontecer qualquer outra coisa e quem ficaria com eu bebe? Quem falaria
de mim pra ele?
Apavorada e feliz ao mesmo tempo,
não conseguia assimilar os sentimentos e os medos... aí eu tive a brilhante
idéia de escrever, pelo menos eu deixaria alguma coisa registrada para a posteridade.
Comecei a escrever um diário onde
falava dos meus sentimentos em relação à gravidez, os sintomas, os receios e
tudo que gostaria que meu bebe soubesse. O mais engraçado era que eu escrevia
tendo certeza de que seria uma menina. Era um papo de mulher pra mulher. Foi aí
que o scrapbooking entrou na minha vida. Tudo era registrado e guardado porque
eu tinha que contar as coisas do meu jeito.
Tudo correu bem na gravidez e no
parto. Criei fantasmas mais feios do que eram, sofri muito tempo sem razão e
como podem ver estou aqui “vivinha da silva”. A Alícia nasceu perfeita, linda e
muito esperada. Com a maternidade pude ver que não sou tão frágil como pensava
e que por minha filha mudo o mundo.
Hoje a Alícia tem 8 anos e ainda
continuo a escrever, não mais com a freqüência do início, mas registrando tudo
de novo que acontece com ela. Hoje eu escrevo a “história da sua vida” e tenho
guardado todos os desenhos, bilhetes, atividades manuais (ela adora fazer) as
cartinhas que escreve para o papai Noel e escrevo também coisas que gostaria de
dizer, mas que ela só vai entender quando for mais velha.
Só quando fui mãe que passei a
entender as mães, a valorizar os conselhos, a presença, o cuidado, a doação, o
amor incondicional, as noites em claro, a preocupação em dar o exemplo.
Sou uma pessoa abençoada porque
tenho muitas mães que amo:
minha “mãe” Neusa que é um
exemplo de mulher e que me ensinou que toda mulher tem que saber fazer um pouco
de cada coisa, tem que ser forte sem perder a sensibilidade, tem que comandar
sem estar em evidência, tem que ter alegria na vida usando os recursos que se
tem. Um amor incondicional.
minha “mãe avó” Iraci, mulher
guerreira, alguém muito especial cuja força, exemplo e dedicação marcaram minha
vida.
minha “mãe tia” Neide sempre presente
nos bons e maus momentos, sempre dedicada, sempre “menina” inventando coisa.
Sempre se doando por inteiro.
minha “mãe sogra” Terezinha, mulher
batalhadora, forte que faz por mim tudo que faz por seus filhos, um exemplo de
mulher.
minha “mãe irmã” Cristina, que de
todas minhas irmãs é a mais maezona. Está por perto sempre que precisamos.
minhas “mães anônimas” como a Carol
Varella (www.vidanormal.blogspot.com)
que com sua historia de vida me mostrou o quão forte pode ser uma mãe de
verdade. Sua história me fez rir, vibrar, chorar, repensar valores.
Minhas mães me ensinaram a ser a pessoa
que sou, carrego um pouco de cada uma delas na minha alma. Tento ser para
Alícia a somatória de todas essas mães e passar para ela todas as coisas boas
que elas me passam e sabe que estou conseguindo porque ouço diariamente a frase:
“mãe, você é a melhor mãe do mundo”.
Feliz dia das mães!
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